4/18/2024

Hospital Regina e Cardiosinos realizam intervenção no cérebro com stent ultratecnológico

Dispositivo usado recentemente no Brasil, web traz vários benefícios ao paciente em sua recuperação

Em um procedimento inovador na região, equipes do Hospital Regina e da Cardiosinos realizaram uma intervenção no cérebro de uma paciente de 78 anos com uso de um stent ultratecnológico, o web. O procedimento ocorreu na tarde do dia 5 de abril, na sala de Hemodinâmica. Após o procedimento, a paciente foi encaminhada à UTI, onde permaneceu por dois dias e depois seguiu para casa.  

Coordenado pela neurocirurgiã, Dra. Daniela Lunelli, o procedimento realizado foi a embolização de um aneurisma cerebral. “O aneurisma nada mais é do que uma bolha que se forma na artéria, com fragilidade na parede deste vaso. Então analisamos várias características desse aneurisma para verificar se ele tem algum risco de ruptura e se há indicação de tratamento, o que há várias modalidades, inclusive com o uso do web, método muito moderno de tratamento intrasacular”, destaca a médica do Hospital Regina.

Levado até o cérebro utilizando o cateterismo, técnica minimamente invasiva e que tem início a partir de uma punção na virilha do paciente, o dispositivo é colocado dentro do saco aneurismático, ou seja, dentro da bolha formada pelo aneurisma, para evitar a ruptura do aneurisma, levando um dano à saúde do paciente. “Este dispositivo tem várias vantagens. Quando fazemos procedimentos via cateterismo, tanto no coração quanto no cérebro, e colocamos materiais, que normalmente são feitos de metal, dentro dos vasos, a gente precisa de remédios afinadores do sangue que são os antiagregantes. Com uso deste dispositivo é preciso uma carga menor de antiagregantes e por menos tempo. Neste sentido, beneficia os pacientes em que não queremos deixar essa coagulação, esse sangue com antiagregação por mais tempo, como os idosos, que têm mais risco de sangramento. Outra grande vantagem é que ele tem baixo índice de complicação porque depois de colocado dentro do saco aneurismático, ele se acopla bem, tem baixo índice de complicação posterior. Onde outros podem ter trombose de stent, migração das molas, este fica bem acoplado lá”, detalha a neurocirurgiã.

Dra. Daniela ainda ressalta que esta cirurgia ainda é recente no País e requer uma equipe bem treinada e cirurgião habilitado. “Aqui no Rio Grande do Sul já colocamos quatro web, sou a neurocirurgiã que mais realizou esse procedimento no Estado, e me sinto feliz de estar adquirindo experiência nesse método novo para beneficiar nosso paciente e ter mais um arsenal terapêutico para oferecer a ele. Por exemplo, um paciente que toma anticoagulante, uma pessoa que não poderia fazer uma cirurgia aberta ou outra em que os antiagregantes seriam um risco, este dispositivo web pode beneficiar bastante”, finaliza.