Neste Novembro Roxo, a UTI Neonatal do Hospital Regina comemora 20 anos com muitas histórias de vida
Olhos atentos à incubadora, sorrisos leves e orações sinceras: este é um pequeno resumo de sentimentos de várias mamães e papais que acompanham o desenvolvimento do seu recém-nascido na UTI Neonatal do Hospital Regina, que completa 20 anos, com a competente atuação da equipe de enfermagem Regina e dos médicos da Neotchê Neonatologistas.
"São duas décadas de muitos desafios e conquistas. Vivenciamos histórias de superação, esperança e cuidado. Somos mais do que um centro de tratamento intensivo neonatal, aqui a Obra Divina se manifesta diariamente, pequenos se transformam em gigantes com auxílio dos profissionais, que são instrumentos do Criador", define a coordenadora das UTIs do Hospital Regina, Magna Birk.
Em grande parte dos casos, o primeiro contato físico entre mãe e filho prematuro não vem logo após o parto, leva alguns dias. A primeira mamada no peito também. É uma jornada de crescimento, de espera, que envolve toda a família.
Para Magda Mewius Rodrigues e Scizinando da Silva Filho, a doce espera na UTI Neo veio tripla. Eles são pais de Arthur Scizinando Rodrigues da Silva, Pietra Rodrigues da Silva e Emanuela Rodrigues da Silva, com 15 anos, e nascidos na 31ª semana de gestação, no dia 16 de agosto de 2009.
Alegres e unidos, os adolescentes visitaram a UTI Neo do Regina recentemente e olharam atentos às incubadoras onde um dia ficaram internados, bem pequeninos. Arthur nasceu com 1,340 kg, Emanuele com 1,240 kg e Pietra com 990g. “Era época de H1N1 e quando cheguei aqui tinham muitos cuidados e fomos muito bem acolhidos, eles nos explicaram muito bem como deveríamos proceder quanto aos cuidados de higiene para que a saúde das crianças ficassem preservadas. Me explicaram sobre a questão da amamentação, de como seriam as primeiras mamadas, o tempo que eles deveriam ficar ali na incubadora até que eu pudesse pegá-los no colo, tocá-los, e a gente via o carinho com que as enfermeiras cuidavam deles enquanto a gente tava aqui, foi muito acolhedor. Éramos pais de primeira viagem, de trigêmeos, a gente tinha muita coisa para aprender e todos foram muito carinhosos conosco”, conta Magda.
Em uma cesariana, nasceram primeiro o Arthur, 1 minuto depois a Pietra, e 3 minutos depois a Emanuele. A jornada de acompanhamento, porém, levou um pouco mais tempo. Arthur ficou internado na UTI Neonatal por 30 dias, Emanuele por 49 dias e a Pietra só foi para casa 59 dias depois do nascimento. “Essa família foi um exemplo de calma, tranquilidade, pois foram três bebês prematuros, três tempos diferentes, um mais estável, outro um pouco mais difícil, outro meio termo, mas eles confiaram desde o início na equipe e no hospital. O momento em que a família consegue confiar na equipe e entender cada passo adiante e cada passo para trás que é o caminho de um prematuro na UTI é algo muito importante”, ressalta a pediatra, Dra. Maria Emília Geist.
Um misto de sentimentos que chega de forma diferente a cada um, mas que merece o mesmo carinho e acolhimento. “Medo não deu nenhum, eu fiquei muito faceiro quando eles nasceram, eu sempre quis ser pai, mas eu não tinha noção de que eles iam ficar no hospital, na minha cabeça eles iriam embora com a gente. Daí marquei bem a orelhinha de um, a bochechinha do outro para não trocarem eles no hospital, hahaha, depois eu vi que era só uma preocupação boba da minha cabeça. E a primeira vez que a Magda tirou o leite deu bem pouquinho e daí eu pensei: ‘não vou levar só isso aqui, é muito pouquinho’. O médico me disse: ‘isso aqui é uma refeição para os teus três filhos’, então era exatamente isso que eles precisariam naquela hora então. A gente aprendeu muito. E o pai como apoiador é fundamental, a mulher fica mais frágil, tanto por ter dado à luz quanto emocionalmente”, relata o pai coruja dos trigêmeos.
“Ninguém está preparado para ter o seu bebê prematuro, que muitas vezes precisa internar em uma UTI Neonatal, costuma ser um susto para a maioria das famílias, um momento muito difícil deixar o seu bebê aos cuidados de outras pessoas. Por isso dizemos que na UTI Neo que não recebemos um bebê, recebemos uma família”, lembra a pediatra Dra. Luciana Sehn. “Esse bebê que nos chega tem um atendimento prestado por uma equipe competente, experiente, composta por médicos intensivistas neonatais, enfermagem, fisioterapeuta, fonoaudióloga, recebe então um atendimento técnico baseado em protocolos atualizados de cuidado, mas acima de tudo a Neo é caracterizada por um atendimento humanizado, cheio de carinho e afeto dado pelos profissionais que atendem. E se o recém-nascido é o centro do cuidado, os pais também são acolhidos e convidados a participarem como parte importante do tratamento do seu filho”, acrescenta a especialista.
Pietra, de lacinho branco, Emanuele, de lacinho roxo, e Arthur
O médico neonatologista, Dr. Sérgio Travi, destaca toda evolução em investimento na UTI Neonatal Regina ao longo destes 20 anos. “Hoje podemos dizer que a UTI Neonatal do Hospital Regina, além de toda área física que foi feita para uma UTI Neonatal mesmo, possui uma gama de equipamentos, ventilação, incubadoras, o que existir de melhor no mercado atual, mas a principal evolução foi o amadurecimento da equipe, as rotinas, os protocolos que foram feitos e esse convívio de 20 anos trouxe uma experiência muito grande. De 20 anos pra cá a gente só cresceu e se sente cada vez mais seguro e mais responsável para cuidar destes bebezinhos que chegam nas nossas mãos.”