7/31/2023

Agosto Dourado: veja algumas dicas para a amamentação e a ordenha do leite materno

O leite materno é o alimento mais completo que existe para o bebê. Nos primeiros seis meses, ele contém tudo de que o bebê precisa, até mesmo água.

Mas como seguir amamentando exclusivamente seu bebê e conciliar com a jornada de trabalho? Em primeiro lugar, saiba que no Brasil existe uma lei que protege as mães que amamentam e trabalham.

Seção V, Artigo 396: Direito a Amamentar Durante a Jornada de Trabalho. A mulher trabalhadora que amamenta terá direito durante a jornada de trabalho a dois descansos remunerados de meia hora cada um, para amamentar, até seu filho completar seis meses de idade.

Algumas dicas que facilitam a amamentação durante este retorno das mamães ao trabalho:

• Manter o aleitamento materno exclusivo;

• Conhecer as facilidades para a retirada e armazenamento do leite no local de trabalho (privacidade, freezer, horários);

• Praticar a ordenha do leite (de preferência manualmente) e congelar o leite para usar no futuro. Iniciar o estoque de leite 15 dias antes do retorno ao trabalho.

Após o retorno ao trabalho:

• Amamentar com frequência quando estiver em casa, inclusive à noite;

• Evitar mamadeiras; oferecer a alimentação por meio de copo e colher;

• Durante as horas de trabalho, esvaziar as mamas por meio de ordenha e guardar o leite em congelador. Levar para casa e oferecer à criança no mesmo dia ou no dia seguinte ou congelar. Leite materno pode ser conservado em geladeira por 12 horas e, no freezer ou congelador, por 15 dias.

Dicas para a ordenha do leite materno

Algumas orientações vão te auxiliar na ordenha manual e por máquina, facilitando este período tão importante para você e seu bebê.

Tanto na ordenha manual como na ordenha por máquina:

° Dispor de vasilhame de vidro esterilizado para receber o leite, preferencialmente vidros de boca larga e com tampas plásticas.

° Procurar um local tranquilo para esgotar o leite;

° Prender os cabelos e usar touca ou um lenço na cabeça;

° Usar máscara e evitar falar, espirrar ou tossir enquanto estiver ordenhando o leite;

° Lavar cuidadosamente as mãos e antebraços. Não há necessidade de lavar os seios frequentemente;

° Posicionar o recipiente em que será coletado o leite materno próximo ao seio;

° Procurar uma posição confortável. Pensar no bebê pode auxiliar na ejeção do leite.

Na ordenha manual:

° Massagear delicadamente a mama como um todo com movimentos circulares da base em direção à aréola;

° Com os dedos da mão em forma de “C”, colocar o polegar na aréola ACIMA do mamilo e o dedo indicador ABAIXO do mamilo na transição aréola-mama, em oposição ao polegar, sustentando o seio com os outros dedos;

° Usar preferencialmente a mão esquerda para a mama esquerda e a mão direita para a mama direita;

° Pressionar suavemente o polegar e o dedo indicador, um em direção ao outro, e levemente para dentro, em direção à parede torácica;

° Pressionar e soltar, pressionar e soltar. A manobra não deve doer se a técnica estiver correta. A princípio o leite pode não fluir, mas, depois de pressionar algumas vezes, o leite começará a pingar. Poderá fluir em jorros se o reflexo de ocitocina for ativo;

° Desprezar os primeiros jatos, assim melhora a qualidade do leite pela redução dos contaminantes microbianos;

° Mudar a posição dos dedos ao redor da aréola para esvaziar todas as áreas;

° Alternar a mama quando o fluxo de leite diminuir, repetindo a massagem e o ciclo várias vezes. Lembrar que ordenhar leite de peito adequadamente leva mais ou menos 20 a 30 minutos em cada mama, especialmente nos primeiros dias, quando apenas uma pequena quantidade de leite pode ser produzida.

Na ordenha com máquina:

° Existem inúmeras máquinas extratoras de leite materno. Elas podem ser manuais ou elétricas. O uso da máquina pode variar conforme o modelo, portanto, verifique as informações de uso conforme o fabricante.

° Importante: É preciso desinfetar as peças do extrator pelo menos uma vez por dia, depois de lavá-las. Isso também deve ser feito se o extrator de leite for novo ou não tiver sido usado durante algum tempo. Os métodos de desinfecção podem variar conforme cada fabricante, mas, em geral, o método mais utilizado é a fervura. Coloque as peças do extrator numa panela grande e cubra com água. Deixe ferver durante cinco minutos, no mínimo, verificando se as peças continuam submersas.

° Depois de extrair, lave sempre com água morna e detergente líquido todas as peças que tiveram contato com os seios ou o leite, como frascos, válvulas e funis. Seque bem as peças, deixando o equipamento pronto para a próxima sessão.

Gabriel Cerutti, Vitória Almeida e a pequena Helena Almeida Cerutti na Ala Tulipas

Minhas mamas ingurgitaram e agora?

• Faça a ordenha manual da aréola, se ela estiver tensa, antes da mamada, para que ela fique macia, facilitando, assim, a pega adequada do bebê;

• Mantenha mamadas frequentes, sem horários pré-estabelecidos (livre demanda);

• Faça massagens delicadas das mamas, com movimentos circulares, particularmente nas regiões mais afetadas pelo ingurgitamento. Elas fluidificam o leite viscoso acumulado, facilitando a retirada do leite, e são importantes estímulos do reflexo de ejeção do leite, pois promovem a síntese de ocitocina;

• Use analgésicos sistêmicos/anti-inflamatórios, sempre conforme orientação médica;

• Use de forma ininterrupta sutiã com alças largas e firmes, para aliviar a dor e manter os ductos em posição anatômica;

• Aplique compressas geladas em intervalos regulares após ou nos intervalos das mamadas; em situações de maior gravidade, podem ser feitas de duas em duas horas. Importante: o tempo de aplicação das compressas frias não deve ultrapassar 20 minutos. As compressas frias provocam, temporariamente, a redução do leite;

• Se o bebê não sugar, a mama deve ser ordenhada manualmente ou com bomba de sucção, promovendo conforto à mãe e evitando a ocorrência de mastite.

Como realizar a esterilização dos recipientes que vão armazenar o leite do meu bebê?

Antes do primeiro uso, basta ferver potes e tampas por, no mínimo, 15 minutos. Depois deixe-os secar virados com a abertura para baixo, sobre panos limpos.

E para transportar o leite para minha casa, o que preciso?

Ao final da jornada de trabalho, pegue uma bolsa ou caixa térmica (ou caixa de isopor) para o transporte do frasco. Para maior segurança, é importante que o leite esteja congelado. Feche bem o frasco.

Conservação do leite materno:

° Em temperatura ambiente – Validade: até 2 horas

° Na geladeira – Validade: até 12 horas. E JAMAIS deixe o leite materno armazenado na porta da geladeira.

° Freezer – Validade: até 15 dias. Deixe ao menos 2 dedos de folga entre o líquido e a tampa evita que o vidro estoure).

Observações:

° Uma vez aquecido o leite não consumido deverá ser descartado.

° Também é importante lembrar que você sempre deve etiquetar os frascos com a data da coleta. Dessa forma é possível controlar melhor o tempo restante até o fim da validade do leite, utilizando primeiro os leites guardados há mais tempo, evitando desperdícios.

° Para utilizar o leite materno, basta aquecer em banho-maria e agite lentamente para misturar os componentes do leite, que se separam quando o frasco está em repouso. O Ministério da Saúde não recomenda que o leite seja aquecido no micro-ondas.

Como oferecer ao bebê:

O leite ordenhado deve ser oferecido à criança de preferência utilizando-se copo, para não interferir na amamentação.

A técnica recomendada é a seguinte:

° Acomodar o bebê desperto e tranquilo no colo, na posição sentada ou semi- sentada, sendo que a cabeça forme um ângulo de 90° com o pescoço;

° Encostar a borda do copo no lábio inferior do bebê e deixar o leite materno tocar o lábio. O bebê fará movimentos de lambida do leite, seguidos de deglutição;

° Não despejar o leite na boca do bebê.

Fonte: Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Saúde da criança : aleitamento materno e alimentação complementar / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. – 2. ed. – Brasília : Ministério da Saúde, 2016. 184 p. : il. – (Cadernos de Atenção Básica ; n. 23)