Setembro é o mês de chamar a atenção para a importância do diagnóstico precoce do Câncer Infanto-juvenil. Segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA), no Brasil, ele já representa a primeira causa de morte por doença entre crianças e adolescentes de 1 a 19 anos. Nas crianças, os sinais do câncer costumam se assemelhar às doenças comuns na infância, por isso é muito importante a atenção redobrada dos pais.
O câncer infantil se difere do câncer de adultos, por possuir características biológicas distintas. "A doença que acomete as crianças e adolescentes é o que podemos chamar de sistêmica. Ela possui natureza embrionária, com crescimento celular mais rápido e células tumorais que atingem outros órgãos além de seu local primário”, explica o médico hematologista Felippe Schirmer.
Por outro lado, os tumores na infância também respondem de forma muito positiva aos tratamentos, com ótimas taxas de cura. “Hoje, a Leucemia Linfoblástica Aguda (tipo de câncer infanto-juvenil mais comum) apresenta taxas de cura em cerca de 80% dos casos, se iniciados de forma precoce. Por isso, é importante que os pais e responsáveis estejam atentos aos sinais e queixas dos seus filhos”, alerta.
Os tipos mais prevalentes nessa fase são as leucemias, os tumores que atingem o sistema nervoso central e linfomas.
Como a doença se manifesta
Diferente do adulto, não existem fatores ambientais que influenciam no acometimento da doença em crianças. Com isso, é preciso reforçar o diagnóstico precoce. Na maioria das vezes, os sintomas do câncer infantil estão relacionados a sintomas presentes em doenças comuns na infância.
O diagnóstico sempre vai partir do olhar atento dos familiares, que não devem negligenciar queixas das crianças, por mais comuns que possam parecer. “Nas leucemias, por exemplo, os pais devem estar atentos à palidez, sangramentos e febre persistente. Outros casos podem apresentar manchas roxas, alterações motoras, dor de cabeça, vômitos, mal estar e até mesmo nódulos em alguma parte do corpo. Ao sinal de alguma anormalidade, devem ser levados ao pediatra para avaliação”, reforça o profissional.
Por isso, não espere. Realize um acompanhamento médico e caso identifique algum dos sintomas, busque ajuda profissional. No câncer infanto-juvenil, o diagnóstico precoce salva vidas.